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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Aceno de Trump esvazia estratégia eleitoral de Lula centrada na luta contra o inimigo externo

Da GAZETA DO POVO
charlesnasci@yahoo.com.br

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, na manhã desta terça-feira (23), em Nova York, para reforçar a sua imagem de rival de Donald Trump no plano internacional. Sem mencionar diretamente o líder americano, marcou diferenças nas áreas geopolítica, comercial e ambiental, em meio à escalada das tensões entre Brasil e Estados Unidos. Mas foi surpreendido pela fala que o sucedeu, justamente a do presidente americano.

Após o encontro brevíssimo que Lula e Trump tiveram nos bastidores da tribuna, o líder americano disse ter "gostado" de Lula e acenou para a aproximação, voltada para negociar o relaxamento do tarifaço de 50% imposto pela Casa Branca a uma série de produtos importados do Brasil. Este foi o primeiro encontro dos dois presidentes desde a volta de Trump ao poder neste ano e pode ter aberto a chance para outro, na próxima semana.

Para observadores, esse posicionamento de Trump ajuda não apenas a quebrar o impasse diante da negativa de Lula em procurar conversar diretamente, mas sobretudo pode esvaziar a retórica construída pelo presidente brasileiro desde o fim de julho, de confronto com um inimigo externo apoiado por seus adversários de direita na política nacional. Essa abordagem se tornou, inclusive, a base para a campanha do presidente pela reeleição em 2026, expressa até nos novos slogans e atos oficiais do seu governo.

O jurista André Marsiglia afirmou que Lula terá agora que lidar com a possível falta de um suposto inimigo externo, ponto sempre presente em seus discursos. "Resta ver como Lula se comportará, pois sua estratégia tem sido enfrentar Trump e utilizar esse enfrentamento como plataforma eleitoral para 2026", publicou Marsiglia em uma rede social.

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